sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Diagnósticos para Prenhez.

Existem hoje diversos métodos disponíveis para o diagnóstico de prenhez em cães. A palpação sempre foi e sempre será um método valioso. Através da Palpação podemos notar aumento no tamanho do útero e isso é possível geralmente cerca de 25-30 dias após ovulação, ou ate mesmo um pouco antes disso dependendo da raça e da experiência do examinador. Outro método bastante utilizado é a Radiografia Abdominal, através da radiografia podemos detectar aumentos de tamanho to útero entre 21 e 42 dias de prenhez além da calcificação do esqueleto fetal em torno de 45 dias de prenhez. A Ultrassonografia tem sido muito empregada hoje em dia no diagnóstico de prenhez por ser o método mais acurado para detecção precoce. Através do exames ultrassonográfico podemos diagnosticar prenhez em torno de 20-22 dias após surgimento do hormônio LH. Em torno de 26 dias é possível identificar aumento dos sacos gestacionais. Muito embora seja um exame bastante especifico, a ultrassonografia não é um exame confiável para contagem do número de fetos. Além do diagnóstico precoce de prenhez, o ultrassom ainda nos traz informações quanto à presença de doenças como piometra ou morte fetal.

Prenhez também pode ser diagnosticada com a ajuda de exames laboratoriais. A análise dos níveis sérico de Relaxina podem ser úteis na detecção de prenhez após 24 dias. No entanto os níveis desse hormônio não nos dizem nada sobre número de fetos e se estamos lidando com uma prenhez saudável, uma vez que os níveis permanecem altos por várias semanas mesmo na perda da prenhez (morte fetal). Outro exame utilizado é a análise de proteínas como fibrinogênio, no entanto este exame é pouco utilizado e pode gerar resultados falso positivos, especialmente quando existe qualquer condição inflamatória concomitante.

Para um correto diagnóstico e acompanhamento da prenhez em cães é preferível utilizar uma combinação das várias técnicas citadas acima.

Caso tenha interesse em saber mais sobre esse assunto deixe seu comentário aqui ou nos escreva pelo e-mail.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Teste de Estímulo com ACTH

Prezados leitores do MedVet InFocus. A maioria de vocês demonstrou interesse em saber mais sobre o teste de estímulo com ACTH, de acordo com as votações.

O teste de estímulo com ACTH é considerado simples, seguro e importante na tentativa de diagnóstico de cães com Hiperadrenocorticismo (Doença de Cushing) e Hipoadrenocorticismo (Doença de Addison). No entanto, esse teste pode ser afetado por diversos fatores tornando muitas vezes seu resultado inconclusivo. Muitos especialistas depõem contra o uso do ACTH gel devido à ocorrência de resultados falsos. Cortrosin, a forma injetável, é a preparação preferida para realização desse teste. Outro fator importante é o uso de glicocorticóides. Todo tipo de glicocorticóide deve ser interrompido pelo menos 12-24 horas antes de conduzir o teste, o motivo é devido à reação cruzada na liberação de cortisol, que é o hormônio medido nesse teste. No entanto, em cães com doença de Addison, onde o uso desse teste é uma importante ferramenta para controle do progresso da terapia, o uso de dexametasona é preferível anterior ao teste uma vez que ela não interfere causando reação cruzada. Dependendo do medicamente usado, o período de espera pode variar antes da condução do teste, por exemplo, com o uso de Depo-Medrol, deve-se esperar pelo menos 4 a 6 semanas. Outro medicamentos conhecidos pelo seu potencial em interferir com esse teste são: Fenobarbital, Primidone e Fentoina.

Como esse teste é feito?

A primeira coisa a se fazer é checar algumas preferências com o laboratório que irá conduzir o teste. Porém, uma amostra não lipêmica é sempre importante. Nesse caso é interessante realizar algum tipo de jejum alimentar antes da coleta do sangue. Sangue é coletado antes da administração de ACTH para usar como valor de referência de cortisol antes de um estímulo gerado pelo ACTH. Logo após a coleta desse sangue, administra-se ACTH na forma injetável (5 mcg/kg IV ou IM com dose máxima de 250 mcg. Para gatos usa-se 250 mcg IV. Após a administração do ACTH, nova coleta de sangue é feita em 1 hora. O laboratório irá comparar os valores de cortisol antes de depois da administração do ACTH. Acredita-se que cerca de 80-85% dos cães com Hipeadreno-Pituitário irão responder positivamente ao teste, e 60% dos cães com hiperadreno-tumores na adrenal, responderão ao teste.

O grande problema é, o que fazer quando o teste retorna inconclusivo?

A primeira coisa que eu costumo fazer é avaliar se houve algum erro na técnica empregada, dose utilizada, e contactar o laboratório para reavaliar a amostra. É muito importante lembrar que o resultado normal desse teste não elimina completamente o Hiperadrenocorticismo. Aproximadamente 15-20% dos cães com Hipeadreno-Pituitário e 40% com tumores na adrenal terão resposta normal à esse teste, e nesse caso recomenda-se realizar o teste com baixa dose de dexametasona. Existem outros testes disponível também, porém acredita-se que o teste de supressão com baixa dose de dexametasona é teste de escolha como próximo passo. Muitos outros testes são usados para tentar diferenciar hiperadreno-pituitário de tumores na adrenal, como ultrassonografia por exemplo. Esse teste é bastante específico para o diagnóstico de hipoadrenocorticismo, uma vez que nenhum cão com doença de Addison irá mostrar resultado inconclusivo. Caso isso aconteça, o paciente não possui doença de addison.

Esse tópico ainda pode gerar muitas dúvidas ou procura por informações adicionais. Por favor escreva-nos um e-mail ou escreva aqui seu comentário caso ainda tenha dúvidas sobre esse teste ou demais testes utilizados para o diagnóstico de HAC.